domingo, 13 de maio de 2007

O desafio da INCLUSÃO

Conforme o parecer nº 056/2006, CEED, a inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação Básica e Superior, pois para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito à educação em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender às diferenças. Esse aprimoramento é necessário, sob pena de os alunos passarem pela experiência educacional sem tirar dela o proveito desejável, tendo comprometido um tempo que é valioso e irreversível em suas vidas: o momento do desenvolvimento.
A transformação da escola não é, portanto, uma mera exigência da inclusão escolar de pessoas com deficiência e/ou dificuldades de aprendizado. Assim sendo, ela deve ser encarada como um compromisso inadiável das escolas, que terá a inclusão como conseqüência.

O que faz uma escola ser inclusiva?

Em primeiro lugar, a existência de profissionais comprometidos com o fazer pedagógico da escola e a construção de um bom “projeto político-pedagógico”, que começa pela reflexão, pois “inclusão” é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola deve discutir o porquê de tanta indisciplina, repetência, de os professores não darem conta do recado e de os pais não participarem do quotidiano escolar.
Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da comunidade na construção de uma educação que realmente atenda às necessidades dos envolvidos nesse processo.
As práticas pedagógicas devem ser revistas como se falou anteriormente: “- Como as atividades são selecionadas?”, “- Planejadas?”, “- Como é construído o planejamento para que todos aprendam?” ,“- Como é concebida a avaliação diante de indivíduos únicos e diferenciados?”
Muitas escolas conseguem avançar, diversificando seus programas/currículos, mas ao final esperam de todos o mesmo resultado. Infelizmente as mudanças acabam por aí, não atingindo o quotidiano da sala de aula, que exige mais do que discursos, necessitando, sim, de práticas que rompam com os velhos paradigmas.

sábado, 12 de maio de 2007

Amarrando idéias...

A partir das pesquisas efetuadas para conhecermos melhor as tecnologias disponíveis para melhorar a qualidade de vida de portadores de necessidades especiais, e em especial os deficientes mentais, podemos constatar que muito já foi feito, porém muito há para se pesquisar e melhorar as condições de vida para que eles possam viver com maior qualidade de vida.
Nas escolas é que deve acontecer maiores mudanças, principalmente, com relação à aceitação desses alunos inclusos. Adaptações físicas do ambiente também são necessárias , entretanto, sabemos que quando se trata de educação tudo acontece lentamente...
Cabe a nós educadores, e agora conhecedores dessa realidade, trabalharmos para mudanças do contexto atual, para fazermos da lei da inclusão não apenas mais uma, mas a que faz realmente a diferença.

Educação no Brasil...



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Temporalidade

É preciso considerar

Inclusão X Integração

Conforme orientação do Parecer 56/2006 CEED

Tecnologias Assistivas ...


O resultado das nossas pesquisas nos surpreendeu pelo fato de não existir uma “classificação” de TA, elas não são definidas por categorias, descobrimos que a sua importância está no fato delas serem organizadas de acordo com as necessidades peculiares de cada indivíduo, podendo variar conforme os diferentes autores ou serviços.Em linhas gerais temos as seguintes categorias de Tecnologia Assistiva:
Material escolar




1. Auxílios para a vida diária e vida prática


Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc.





vocalizador com varredura


2. CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa
Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares específicos, garantem grande eficiência à função comunicativa.








Impressão em braile


órtese para digitação
3. Recursos de acessibilidade ao computador
Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com privações sensoriais e motoras.
São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz, escâner, ponteiras de cabeça por luz entre outros.
Como equipamentos de saída podemos citar a síntese de voz, monitores especiais, os softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e o linha braile.

Tecnologias Assistivas 02...

Representação de controle de ambiente.
4. Sistemas de controle de ambiente
Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz etc.


5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade
Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.




Projeto de acessibilidade em banheiro.

6. Órteses e próteses
Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo.
Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros.

Próteses de membros superiores e órtese funcional favorecendo escrita.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Tecnologias Assitivas 03...

estabilizador ortostático
7. Adequação Postural
Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.
Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal. Além destes objetivos, a adequação postural buscará também o controle e prevenção de deformidades músculo-esqueléticas, a melhora do tônus postural, a prevenção de úlceras de pressão, a facilitação das funções respiratórias e digestivas e a facilitação de cuidados.
Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição, serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações músculo-esqueléticas existentes.
Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as posturas, deitado, sentado e de pé portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste capítulo da TA.


cadeira de rodas de auto-propulsão
08. Auxílios de mobilidade

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo ou equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. Um exemplo de estratégia seria a colocação de pistas sensoriais facilitando a identificação do lugar, dentro de um espaço controlado como a casa, escola ou trabalho.





Termômetro falado


09. Auxílios para cegos ou para pessoas com visão sub-normal

Equipamentos que visam a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, ter mobilidade independente etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile - dispositivo saída de computador com agulhas táteis, agendas eletrônicas.

celular com mensagens escritas e chamadas por vibração


10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo
Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado - teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.




11. Adaptações em veículos

Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, serviços de auto- escola para pessoas com deficiência.


Fonte: http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html

sábado, 5 de maio de 2007

Uso de softwares



Depois de muitas leituras, buscas e reflexões a respeito das tecnologias que possam ser usadas no trabalho com deficientes mentais, descobrimos que a maioria dos softwares utilizados por pessoas portadoras de deficiência mental, de Síndrome de Down ou autistas são softwares abertos. Poucos são os softwares voltados especificamente para estes PNEEs.
Encontramos diversos projetos com o ambiente LOGO onde estimula-se, também, o desenvolvimento lógico-matemática e a abstração.
Dentre os objetivos deste trabalho, pode-se citar:
a) aprofundar o estudo sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo do deficiente mental, com diferentes síndromes, em um ambiente de aprendizagem computacional;
b) analisar os efeitos e indicadores da experiência no contexto escolar, social e familiar.
Percebe-se, também, maior autonomia e independência quanto à programação em Logo; maior persistência na realização de projetos, principalmente nos sujeitos com Síndrome de Down e no sujeito com traços autistas; mudanças positivas nas avaliações das noções de relações espaciais, seguindo-se as noções de relações lógico-matemáticas.
Por outro lado, nota-se regressões maiores na conservação, principalmente, conservação de comprimento.
Constatamos que são poucas as opções de softwares para uso de portadores de deficiência mental, uma vez que qualquer software que estimule a percepção auditiva, o desenvolvimento psicomotor, os sentidos em geral, podem ser utilizados para o desenvolvimento de novas habilidades e competências, observando a temporalidade do processo de cada indivíduo.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Pensamento X Dados Numéricos


Algumas descobertas feitas recentemente sobre a deficiência mental são essenciais para um processo de educação inclusiva. Diversas pesquisas têm indicado que muitas crianças consideradas como deficientes mentais, se tivessem sido identificadas precocemente e recebido uma educação apropriada, talvez nunca chegassem a ser classificadas como pessoas com deficiência mental.
O teste de QI, que já havia me referido anteriormente, é um teste que avalia apenas os aspectos quantitativos do conhecimento. A partir deste tipo de teste, acaba-se rotulando como “deficiente mental”, uma grande variedade de alunos. Este teste serve para constatar uma defasagem cognitiva, mas não indica nada sobre aquilo que a produziu. Além de comparar o aluno com uma média relativa a toda uma população de crianças, contrariando o que se vem pensando em termos de educação inclusiva, em que o se tem um “olhar” especial pela individualidade.
Inhelder (1943), ao invés de utilizar os testes de QI , usou provas que permitiram compreender os aspectos formais da inteligência das pessoas com deficiência mental. Segundo essa autora, o nível operatório formal, característico do pensamento adulto, não é alcançado pela pessoa com deficiência, ficando, esta, no nível das operações concretas. E ainda o nível operatório apresenta uma constante oscilação entre níveis de funcionamento muito diferentes: os níveis pré-operatório, operatório-concreto e até o sensório-motor sobrepõem-se e entrecruzam-se quando a criança é confrontada com um problema. Esses dados são importantes pra dar suporte ao processo inclusivo, pois abrem a possibilidade de se ter como referência a forma como a criança pensa e não apenas um dado numérico quantitativo, que pode ter significações muito diferentes do processo cognitivo das crianças com deficiência.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

D.M. e produção escrita


Na Revista Inclusão- Educação Especial de dez/2006, encontramos um artigo muito interessante, onde as autoras: Rita Figueiredo e Adriana Gomes, falam a respeito da produção textual dos alunos com deficiência mental e que apesar de alguns professores do ensino regular acharem que não estão preparados para trabalhar com essas crianças, em sala comum, estudos recentes vêm provando que crianças com deficiência mental passam pelos mesmos processos de construção do conhecimento que os alunos ditos normais, no que se refere a leitura e a escrita. è claro, que o ritmo de aprendizagem apresentado por elas é muito mais longo.

As crianças com deficiência mental passam por etapas semelhante àquelas descritas por Emilia Ferreiro e Teberosky, tais quais : pré-silábicas, silábicas, silábica-alfabética e alfabética, mas que para isso acontecer é preciso que vivenciem esse processo com diferentes formas de exploração de materiais, e atividades variadas que despertem o interesse das mesmas, porque também tem que ser levado em consideração as dificuldades motoras e psicomotoras desses alunos.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Superando limitações


Li um artigo bastante interessante sobre a “eficiência” das pessoas com deficiência, referente ao mercado de trabalho para portadores de necessidades educativas especiais. Embora exista uma lei, nº 8.213, de 1991, criada para beneficiar os portadores de deficiências física, mental, visual ou de comunicação, determinando que empresas com 100 ou mais funcionários devem preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas portadoras de deficiência ou beneficiários reabilitados, sabemos da dificuldade da inserção desses portadores, mesmo que muitas empresas desenvolvam programas específicos para isso, buscando cumprir a legislação.
Na minha escola, tenho acompanhado e buscado junto à professora da sala de recursos a inserção de um PNEE, no mercado de trabalho, de 16 anos. A professora, por iniciativa própria, já contatou uma rede de supermercados na nossa cidade, onde as vagas para PNEEs já foram preenchidas. As outras tentativas tiveram a mesma resposta. Como acompanhei este aluno no ano passado, também tenho me empenhado para ajudá-lo, até porque ele participava de um programa sócio-educativo da prefeitura, e este ano, ao completar 16 anos, foi desligado automaticamente deste programa.

Por outro lado, se para algumas pessoas cumprir a lei tem sido um pouco complicado, há outras que não sentem dificuldade alguma de contratar portadores de necessidades especiais. Esse é o caso da WMM Talentos - uma empresa focada em gestão do capital humano e responsabilidade social , de Florianópolis, que conta com um “Contact Center”, formado exclusivamente por portadores de necessidades especiais. De acordo com Mônica Morim, gerente de RH da WMM Talentos, a proposta de contratar portadores de deficiências para a área de “call center” surgiu quando a organização foi criada há dez meses e se tornou braço direito da WMM Engenharia - que atua no ramo e telecomunicações. Na ocasião, a diretoria da empresa levou em consideração a crescente demanda desses profissionais na área de atendimento. A gerente de RH afirma que o objetivo da empresa foi criar um segmento de prestação de serviços tendo os portadores de deficiência como um principal diferencial competitivo, demonstrando que é viável a inclusão social de deficientes no mercado de trabalho. São mais de 20 profissionais atuando nas posições de atendimento. Isso mostra que é possível, sim, superar limitações.

terça-feira, 24 de abril de 2007


O conceito de deficiência mental se delimita em três aspectos do sujeito: as condições de sua estrutura orgânica, sua constituição subjetiva e suas estruturas mentais para o conhecimento. Se uma criança tem dificuldade de aprendizagem, é necessário estar atento a essas condições, pois é sobre essa base que vai se edificar sua possibilidade de aprender.
A deficiência mental é um quadro psicopatológico que diz respeito, especificamente, às funções cognitivas. O que caracteriza a deficiência mental são as defasagens e alterações nas estruturas mentais para o conhecimento.
Segundo a American Association of Mental Retardation (AAMR), “deficiência mental é a incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas.”
Na definição proposta pela AAMR, o “funcionamento intelectual” (a inteligência) é entendido como “uma habilidade mental genérica. Inclui raciocínio, planejamento, solução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de idéias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem através da experiência”. O parâmetro utilizado para circunscrever o funcionamento intelectual é o QI (Quociente de Inteligência). Segundo a AAMR, o teto do QI para o diagnóstico de retardo mental é de 70, podendo ser estendido até 75, com julgamento clínico.
Embora esse teste seja bastante aceito e apontado como o mais adequado ao diagnóstico de deficiência mental, não se deve confundir processo de cognição ou inteligência com o QI.: o primeiro se refere à função cognitiva propriamente dita, ou seja, à forma graças à qual o sujeito produz conteúdos, os quais podem ser avaliados através de testes de QI, e o QI é um produto dessa função., é um resultado avaliado em função de conteúdos produzidos pelo indivíduo num dado momento. Esses dados são apenas para nos situarmos em relação a esse tipo de deficiência que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 10% da população de países em desenvolvimento, são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que metade destes, são portadores de deficiência mental.

O que seria essa tal "normalidade"?

Falando-se em Educação Inclusiva, a escola vem enfrentado inúmeros desafios a esse respeito: atender a tantas diferenças em sala de aula tem angustiado a muitos educadores. Alegam, eles, que não foram formados para atender sujeitos com perfis fora da “normalidade”. Mas, o que seria essa normalidade para nós? Sabemos que a sociedade institui normas de convívio que acabam discriminando e classificando as pessoas a partir de suas diferenças, sejam elas econômicas, sociais, de cor, raça, religião. Esses sujeitos discriminados seriam “anormais”? Não se encaixam nos perfis de normalidade, pois se identificam a partir de suas diferenças. Nesse sentido, os portadores de necessidades educativas especiais também se enquadrariam nesse campo, como se pertencessem a uma classe comum, sem as suas peculiaridades individuais. Esse enquadramento parece reduzir a capacidade desses sujeitos de evolução. São “anormais” e ponto.
A busca por uma sociedade onde todos fossem reconhecidos, não pela condição de suas diferenças, mas pela qualidade de superação delas, de diferentes níveis de autonomia e participação social, deveria ser a preocupação dos governantes. Apenas instituir uma legislação específica, através de documentos nacionais e internacionais, não vai viabilizar que o processo inclusivo se materialize. É preciso muito mais...
Sou idealista e por isso acredito na evolução do homem enquanto ser HUMANO, conseqüentemente tenho a mesma fé na sociedade. Tive o privilégio de acompanhar o trabalho com a inclusão de um aluno com lesão cerebral nas turmas regulares, muito antes da lei trazer essa obrigatoriedade. Daí vem a crença nos benefícios do trabalho nas salas de aula dos alunos "normais"com inclusão do ANEES tanto para esses, como para os alunos que não são portadores de necessidades especiais. Pretendo complemetar as postagens, pois esse tema merece uma atenção especial e exige extrema dedicação, claro e muita humanidade. ROSANE

Entusiasmo

Estamos muito entusiasmadas com o tema, pois acreditamos que é possível construir um trabalho visando a inclusão dos portadores de necessidades educacionais especiais. Estamos desde a segunda-feira querendo fazer registros sobre a tarefa no blog.
Acreditamos que essa discussão nos blogs será um espaço importante para trocarmos idéias e construirmos novos posicionamentos sobre a INCLUSÃO, avançando em novos conhecimentos. Nas leituras de diversos materiais que temos buscado não só na web, ficamos muito satisfeitas ao perceber que são muitos os professores que acreditam no desenvolvimento do trabalho inclusivo em qualquer rede de ensino, claro sempre o estudo e a força do pensar e buscar em grupo será um fator importante no caminha a ser trilhado. Pelas diversidade de experiências apresentadas pelos colegas, teremos muito o que aprender uns com os outros. Buscamos esclarecer o que seriam tecnologias assistivas.
Descobrimos que TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão. Você pode encontrar mais informações no site:
http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html



Boa Semana!!!

Opinião sobre a aprendizagem dos ANEE's

Alunos portadores de necessidades educacionais especiais poderão aprender muitas coisas na escola se forem devidamente estimuladas, observando-se a temporalidade do processo de construção de conhecimento de cada uma. Isso tudo será possível em um ambiente impregnado de afeto e respeito. Pois, antes de tudo, o professor precisar estar ciente que de que trabalhará com um ser humano dotado de mecanismos perceptivos que podem funcionar iguais aos nossos ou de forma diferente, mais igualmente eficiente dentro de suas possibilidades, exigindo para o trabalho as devidas adaptações pedagógicas essenciais ao longo do processo de construção das aprendizagens. Lembrando que os objetivos do trabalho deverão estar ligados as reais necessidades de cada uma e adequado as potencialidades da criança, e, como nesse processo, é bom lembrar, o jeito de caminhar será sempre diferente de indivíduo para indivíduo portador ou não de necessidades educacionais especiais.
Estivemos nos questionando quanto a necessidade ou não de uma maior caracterização dos comprometimentos trazido as pessoas que têm "deficiência" mental, particularmente não gostamos dessa terminologia. Várias opiniões e muitas trocas de idéias no grupo e com alguns professores que trabalham com a educação especial, partidários a inclusão dos PNEE's (portadores de necessidades educacionais especiais). Bem, com intenção de clarear mais para os colegas que desconhecem o assunto em questão Deficiência Mental - DM - decidimos colocar em linhas gerais os comprometimentos dessa limitação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMT) a gravidade da deficiência seria:
# Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo.
# Agudo Grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam revisões constantes.
# Moderado: O máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré-operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem elaboradas. Quando adultos podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam necessitando de supervisão.
# Leve: São casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão. São os casos mais favoráveis.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Considerações sobre PNEE's


Os portadores de necessidades especiais até hoje, são as pessoas mais segregadas dentro da sociedade. Assim sendo, discutir o conceito e o tipo de integração/inclusão/exclusão implica delinear os contornos deste novo olhar para a escola inclusiva. O termo integração tem sido utilizado com o objetivo de demarcar as práticas de segregação, que consistem em agrupar e retirar do ensino regular os alunos deficientes que apresentem dificuldades de adaptação ou de aprendizagem . Não é o fato de haver mudanças no ambiente físico qua vai determinar mudanças na qualidade de vida por isso se faz necessária na verdade, uma mudança no ambiente educacional.

A idéia de integração de alunos deficientes mentais na escola de ensino regular tem a intenção de promover a integração social e se constitui como objetivo nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse objetivo requer o despreendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema escolar. Isto porque a característica mais marcante na abordagem de um ensino tradicional consiste em reduzir as oportunidades oferecidas aos alunos. Assim sendo, o currículo mostra-se limitado e não proporciona uma interação nas relações que se estabelecem entre professores- alunos e alunos-alunos. O currículo aos invés de possibilitar abertura de caminhos comuns a todas escolas, está se mostrando como delimitador de possibilidades, a flexibilidade existe somente no discurso Este é o grande paradigma para a educação do Século XXI, pois se a escola enquanto instituição não rever ou refazer seu olhar/entendimento sobre o currículo, continuaremos com discursos vazios.

As atitudes de rejeição existem, mesmo veladas, e criam barreiras sociais e físicas dificultando o processo de integração. Dentre as rejeições, a maior barreira consiste na tendência de não se acreditar no potencial de desenvolvimento e aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais.

Para modificar esta situação, é necessário que o sistema educacional assuma os objetivos da educação inclusiva com relevância a autonomia e desperte no aluno o desejo de desenvolver suas potencialidades. A escola deve oportunizar interações e oferecer desafios ao aluno portador de necessidades educacionais especiais, além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, apoiar a inserção familiar, escolar e social, bem como prepará-lo para uma adequada formação profissional, almejando seu desenvolvimento integral. É claro que isso tudo será fruto de uma caminhada que levará tempo e deverá contar com todos os segmentos seja da escola ou da sociedade. Não haverá escola inclusiva se todos os sujeitos envolvidos nessa comunidade não se enganjarem na caminhada. Sim porque este aluno também deverá ser inserido no contexto da sociedade como cidadão com direitos , devendo contar com serviços oferecidos.

Na Constituição Brasileira temos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;...
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
TÍTULO IIDos Direitos e Garantias FundamentaisCAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;...


Dessa forma temos assegurado na Lei maior do País os direitos de todos os brasileiros, sem qualquer distinção, pois à luz da lei somos todos iguais.

Iniciando as postagens do grupo de Erechim



A questão da inclusão é um assunto polêmico, pois bate num estado de desacomodação de uma situação que se encontra instalada, que é a permanência da educação especial nos moldes tradicionais ou uma reestruturação levando a repensar a inclusão destes alunos junto às classes ditas "normais" da escola. Tudo isso passa por uma situação de formação e informação para os professores que deverão se preparar de modo a conhecer pelo menos o básico sobre a forma de vida dos alunos chamados "deficientes" para poderem trabalhar pedagogicamente de forma mais correta.
Na região da 15ª Região Escolar, da qual Erechim faz parte, as mudanças estão acontecendo de forma gradativa, as classes especiais estão sendo substituídas pelas salas de recursos, ficando reduzidas a uma classe especial no máximo por município.

Podemos destacar como exemplo de trabalho em inclusão, a EEEF. Lourdes Galleazzi, cuja caminhada data de vários anos, onde atua no suporte e/ou apoio de algumas escolas que têm alunos inclusos, sendo que essas últimas não contam com sala de recursos .Embora saibamos que algumas iniciativas já estão a caminho, muitas dúvidas persistem em relação a este processo inclusivo. Principalmente referentes a portadores de deficiência mental e quanto às tecnologias para essa demanda. Algumas das nossas indagações são:


# O que é Deficiência Mental? Quais seus comprometimentos?

# O que são tecnologias assistivas?
# Quais o tipos de tecnologias assistivas?
# Como acontece a inclusão do portador de deficiência mental na escola ?
# Quem são os responsáveis pela concretização da inclusão desses portadores?
# Quais os recursos tecnológicos disponíveis para essa necessidade?

Essas são apenas algumas indagações que temos. No decorrer das interações, com certeza, novos questionamentos surgirão.