terça-feira, 24 de abril de 2007

O que seria essa tal "normalidade"?

Falando-se em Educação Inclusiva, a escola vem enfrentado inúmeros desafios a esse respeito: atender a tantas diferenças em sala de aula tem angustiado a muitos educadores. Alegam, eles, que não foram formados para atender sujeitos com perfis fora da “normalidade”. Mas, o que seria essa normalidade para nós? Sabemos que a sociedade institui normas de convívio que acabam discriminando e classificando as pessoas a partir de suas diferenças, sejam elas econômicas, sociais, de cor, raça, religião. Esses sujeitos discriminados seriam “anormais”? Não se encaixam nos perfis de normalidade, pois se identificam a partir de suas diferenças. Nesse sentido, os portadores de necessidades educativas especiais também se enquadrariam nesse campo, como se pertencessem a uma classe comum, sem as suas peculiaridades individuais. Esse enquadramento parece reduzir a capacidade desses sujeitos de evolução. São “anormais” e ponto.
A busca por uma sociedade onde todos fossem reconhecidos, não pela condição de suas diferenças, mas pela qualidade de superação delas, de diferentes níveis de autonomia e participação social, deveria ser a preocupação dos governantes. Apenas instituir uma legislação específica, através de documentos nacionais e internacionais, não vai viabilizar que o processo inclusivo se materialize. É preciso muito mais...

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