terça-feira, 8 de maio de 2007

Tecnologias Assitivas 03...

estabilizador ortostático
7. Adequação Postural
Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.
Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal. Além destes objetivos, a adequação postural buscará também o controle e prevenção de deformidades músculo-esqueléticas, a melhora do tônus postural, a prevenção de úlceras de pressão, a facilitação das funções respiratórias e digestivas e a facilitação de cuidados.
Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição, serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações músculo-esqueléticas existentes.
Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as posturas, deitado, sentado e de pé portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste capítulo da TA.


cadeira de rodas de auto-propulsão
08. Auxílios de mobilidade

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo ou equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. Um exemplo de estratégia seria a colocação de pistas sensoriais facilitando a identificação do lugar, dentro de um espaço controlado como a casa, escola ou trabalho.





Termômetro falado


09. Auxílios para cegos ou para pessoas com visão sub-normal

Equipamentos que visam a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, ter mobilidade independente etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile - dispositivo saída de computador com agulhas táteis, agendas eletrônicas.

celular com mensagens escritas e chamadas por vibração


10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo
Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado - teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.




11. Adaptações em veículos

Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, serviços de auto- escola para pessoas com deficiência.


Fonte: http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html

sábado, 5 de maio de 2007

Uso de softwares



Depois de muitas leituras, buscas e reflexões a respeito das tecnologias que possam ser usadas no trabalho com deficientes mentais, descobrimos que a maioria dos softwares utilizados por pessoas portadoras de deficiência mental, de Síndrome de Down ou autistas são softwares abertos. Poucos são os softwares voltados especificamente para estes PNEEs.
Encontramos diversos projetos com o ambiente LOGO onde estimula-se, também, o desenvolvimento lógico-matemática e a abstração.
Dentre os objetivos deste trabalho, pode-se citar:
a) aprofundar o estudo sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo do deficiente mental, com diferentes síndromes, em um ambiente de aprendizagem computacional;
b) analisar os efeitos e indicadores da experiência no contexto escolar, social e familiar.
Percebe-se, também, maior autonomia e independência quanto à programação em Logo; maior persistência na realização de projetos, principalmente nos sujeitos com Síndrome de Down e no sujeito com traços autistas; mudanças positivas nas avaliações das noções de relações espaciais, seguindo-se as noções de relações lógico-matemáticas.
Por outro lado, nota-se regressões maiores na conservação, principalmente, conservação de comprimento.
Constatamos que são poucas as opções de softwares para uso de portadores de deficiência mental, uma vez que qualquer software que estimule a percepção auditiva, o desenvolvimento psicomotor, os sentidos em geral, podem ser utilizados para o desenvolvimento de novas habilidades e competências, observando a temporalidade do processo de cada indivíduo.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Pensamento X Dados Numéricos


Algumas descobertas feitas recentemente sobre a deficiência mental são essenciais para um processo de educação inclusiva. Diversas pesquisas têm indicado que muitas crianças consideradas como deficientes mentais, se tivessem sido identificadas precocemente e recebido uma educação apropriada, talvez nunca chegassem a ser classificadas como pessoas com deficiência mental.
O teste de QI, que já havia me referido anteriormente, é um teste que avalia apenas os aspectos quantitativos do conhecimento. A partir deste tipo de teste, acaba-se rotulando como “deficiente mental”, uma grande variedade de alunos. Este teste serve para constatar uma defasagem cognitiva, mas não indica nada sobre aquilo que a produziu. Além de comparar o aluno com uma média relativa a toda uma população de crianças, contrariando o que se vem pensando em termos de educação inclusiva, em que o se tem um “olhar” especial pela individualidade.
Inhelder (1943), ao invés de utilizar os testes de QI , usou provas que permitiram compreender os aspectos formais da inteligência das pessoas com deficiência mental. Segundo essa autora, o nível operatório formal, característico do pensamento adulto, não é alcançado pela pessoa com deficiência, ficando, esta, no nível das operações concretas. E ainda o nível operatório apresenta uma constante oscilação entre níveis de funcionamento muito diferentes: os níveis pré-operatório, operatório-concreto e até o sensório-motor sobrepõem-se e entrecruzam-se quando a criança é confrontada com um problema. Esses dados são importantes pra dar suporte ao processo inclusivo, pois abrem a possibilidade de se ter como referência a forma como a criança pensa e não apenas um dado numérico quantitativo, que pode ter significações muito diferentes do processo cognitivo das crianças com deficiência.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

D.M. e produção escrita


Na Revista Inclusão- Educação Especial de dez/2006, encontramos um artigo muito interessante, onde as autoras: Rita Figueiredo e Adriana Gomes, falam a respeito da produção textual dos alunos com deficiência mental e que apesar de alguns professores do ensino regular acharem que não estão preparados para trabalhar com essas crianças, em sala comum, estudos recentes vêm provando que crianças com deficiência mental passam pelos mesmos processos de construção do conhecimento que os alunos ditos normais, no que se refere a leitura e a escrita. è claro, que o ritmo de aprendizagem apresentado por elas é muito mais longo.

As crianças com deficiência mental passam por etapas semelhante àquelas descritas por Emilia Ferreiro e Teberosky, tais quais : pré-silábicas, silábicas, silábica-alfabética e alfabética, mas que para isso acontecer é preciso que vivenciem esse processo com diferentes formas de exploração de materiais, e atividades variadas que despertem o interesse das mesmas, porque também tem que ser levado em consideração as dificuldades motoras e psicomotoras desses alunos.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Superando limitações


Li um artigo bastante interessante sobre a “eficiência” das pessoas com deficiência, referente ao mercado de trabalho para portadores de necessidades educativas especiais. Embora exista uma lei, nº 8.213, de 1991, criada para beneficiar os portadores de deficiências física, mental, visual ou de comunicação, determinando que empresas com 100 ou mais funcionários devem preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas portadoras de deficiência ou beneficiários reabilitados, sabemos da dificuldade da inserção desses portadores, mesmo que muitas empresas desenvolvam programas específicos para isso, buscando cumprir a legislação.
Na minha escola, tenho acompanhado e buscado junto à professora da sala de recursos a inserção de um PNEE, no mercado de trabalho, de 16 anos. A professora, por iniciativa própria, já contatou uma rede de supermercados na nossa cidade, onde as vagas para PNEEs já foram preenchidas. As outras tentativas tiveram a mesma resposta. Como acompanhei este aluno no ano passado, também tenho me empenhado para ajudá-lo, até porque ele participava de um programa sócio-educativo da prefeitura, e este ano, ao completar 16 anos, foi desligado automaticamente deste programa.

Por outro lado, se para algumas pessoas cumprir a lei tem sido um pouco complicado, há outras que não sentem dificuldade alguma de contratar portadores de necessidades especiais. Esse é o caso da WMM Talentos - uma empresa focada em gestão do capital humano e responsabilidade social , de Florianópolis, que conta com um “Contact Center”, formado exclusivamente por portadores de necessidades especiais. De acordo com Mônica Morim, gerente de RH da WMM Talentos, a proposta de contratar portadores de deficiências para a área de “call center” surgiu quando a organização foi criada há dez meses e se tornou braço direito da WMM Engenharia - que atua no ramo e telecomunicações. Na ocasião, a diretoria da empresa levou em consideração a crescente demanda desses profissionais na área de atendimento. A gerente de RH afirma que o objetivo da empresa foi criar um segmento de prestação de serviços tendo os portadores de deficiência como um principal diferencial competitivo, demonstrando que é viável a inclusão social de deficientes no mercado de trabalho. São mais de 20 profissionais atuando nas posições de atendimento. Isso mostra que é possível, sim, superar limitações.

terça-feira, 24 de abril de 2007


O conceito de deficiência mental se delimita em três aspectos do sujeito: as condições de sua estrutura orgânica, sua constituição subjetiva e suas estruturas mentais para o conhecimento. Se uma criança tem dificuldade de aprendizagem, é necessário estar atento a essas condições, pois é sobre essa base que vai se edificar sua possibilidade de aprender.
A deficiência mental é um quadro psicopatológico que diz respeito, especificamente, às funções cognitivas. O que caracteriza a deficiência mental são as defasagens e alterações nas estruturas mentais para o conhecimento.
Segundo a American Association of Mental Retardation (AAMR), “deficiência mental é a incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas.”
Na definição proposta pela AAMR, o “funcionamento intelectual” (a inteligência) é entendido como “uma habilidade mental genérica. Inclui raciocínio, planejamento, solução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de idéias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem através da experiência”. O parâmetro utilizado para circunscrever o funcionamento intelectual é o QI (Quociente de Inteligência). Segundo a AAMR, o teto do QI para o diagnóstico de retardo mental é de 70, podendo ser estendido até 75, com julgamento clínico.
Embora esse teste seja bastante aceito e apontado como o mais adequado ao diagnóstico de deficiência mental, não se deve confundir processo de cognição ou inteligência com o QI.: o primeiro se refere à função cognitiva propriamente dita, ou seja, à forma graças à qual o sujeito produz conteúdos, os quais podem ser avaliados através de testes de QI, e o QI é um produto dessa função., é um resultado avaliado em função de conteúdos produzidos pelo indivíduo num dado momento. Esses dados são apenas para nos situarmos em relação a esse tipo de deficiência que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 10% da população de países em desenvolvimento, são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que metade destes, são portadores de deficiência mental.

O que seria essa tal "normalidade"?

Falando-se em Educação Inclusiva, a escola vem enfrentado inúmeros desafios a esse respeito: atender a tantas diferenças em sala de aula tem angustiado a muitos educadores. Alegam, eles, que não foram formados para atender sujeitos com perfis fora da “normalidade”. Mas, o que seria essa normalidade para nós? Sabemos que a sociedade institui normas de convívio que acabam discriminando e classificando as pessoas a partir de suas diferenças, sejam elas econômicas, sociais, de cor, raça, religião. Esses sujeitos discriminados seriam “anormais”? Não se encaixam nos perfis de normalidade, pois se identificam a partir de suas diferenças. Nesse sentido, os portadores de necessidades educativas especiais também se enquadrariam nesse campo, como se pertencessem a uma classe comum, sem as suas peculiaridades individuais. Esse enquadramento parece reduzir a capacidade desses sujeitos de evolução. São “anormais” e ponto.
A busca por uma sociedade onde todos fossem reconhecidos, não pela condição de suas diferenças, mas pela qualidade de superação delas, de diferentes níveis de autonomia e participação social, deveria ser a preocupação dos governantes. Apenas instituir uma legislação específica, através de documentos nacionais e internacionais, não vai viabilizar que o processo inclusivo se materialize. É preciso muito mais...